domingo, 12 de julho de 2020

2 CRÔNICAS

1. Nome - "divre hayyamim" em hebraico, que significa "Os acontecimentos dos anos" ou "anais dos tempos", de Adão no Éden até o Decreto do Imperador Ciro que autorizou os exilados judeus a retornarem da Babilônia à sua terra (538 a. C.), motivo pelo qual Jerônimo (347-420 a.C.), o tradutor da Vulgata latina, demonstrou que um título mais adequado seria "Crônica de Toda História Sagrada", ideia adotada por Lutero em sua tradução da Bíblia para o idioma alemão;

2. Autor - originalmente formava um único sêferrolo, livro até 180 a.C, e ainda que não expresso no livro, Esdras tem sido tradicionalmente apontado como seu "compilador autor principal" (KJA), pois, sem sombra de dúvida, utilizou fontes escritas, de importância histórica, para compor a sua obra: Livro da História de Natã, o profeta (2 Cr 9. 29); Livro da História de Semaías, o profeta (2 Cr 12. 15); Livro da História do Profeta Ido (2 Cr 13. 22); Livro da História dos Reis de Judá (2 Cr 24. 27); Livro da História dos Reis de Judá e Israel (2 Cr 16. 11; 27. 7); Livro ou "Atas" dos Reis de Israel (1 Cr 9. 1; 2 Cr 20. 34; 33. 18); Profecia de Aías, o silonita (2 Cr 9. 29); Registro das Genealogias (2 Cr 12. 15); e Visões ou Livro de Ido, o vidente (2 Cr 9. 29; 12. 15);

3. Data - por volta da segunda metade do século V a.C., entre os anos 450 e 425, durante a vida de Esdras;

4. Contexto - continuação da História de Israel iniciada em 1 Crônicas, o livro apresenta os reis de Judá a partir de seu terceiro rei, Salomão, até o último rei na época do exílio, e demonstra que apesar dos tempos difíceis enfrentados pelo povo de DEUS, sempre resta esperança no futuro;

5. Propósito - os autores de Samuel e Reis organizaram e interpretaram os dados da História de Israel para tratar das necessidades da comunidade exilada, já Esdras escreveu para a comunidade restaurada para enfatizar a importância da pureza religiosa e estabelecer um alicerce espiritual sólido que reincorporasse o verdadeiro culto a Yahweh, DEUS.  O livro rememora para os seus leitores o princípio da dependência do povo de Israel à fidelidade ao SENHOR, de modo a recompor o espírito da comunidade judaica pós exílica, que resultaram na reconstrução do Templo, bem como das muralhas de Jerusalém;

6. Conteúdo - começa com uma descrição do reinado de Salomão, passa a relatar a rebelião das tribos do Norte, que resultou na constituição de um reino independente da dinastia davídica, e em seguida, a narração concentra-se nos reis de Judá, até a queda e destruição de Jerusalém (587 a.C.), e depois de uma breve descrição do exílio na Babilônia, termina com o decreto de Ciro, que autorizou o regresso dos judeus a Jerusalém;

7. O Reino dividido - desprovido da sabedoria de Salomão, Roboão ignorou o pedido de Israel por diminuição dos impostos e do trabalho árduo (2 Cr 10. 1-15), tendo culminado na divisão do Reino de Israel, que coroou Jeroboão seu rei (2 Cr 10. 15-19).  Siquém passou a ser a capital de Israel, no Norte, enquanto Jerusalém governava sobre Judá.  Jereboão transferiu a capital para Tirza, mas anos depois, Onri construiu a cidade de Samaria, com escopo de tornar-se centro do poder.  A divisão do Reino contraria o princípio da comunhão (MATEUS 18. 20), núcleo de toda a Bíblia, pois já advertira o CRISTO: "Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá."  MATEUS, 12. 25


8. Obediência precede à bênção - apenas os reis obedientes prevaleceram: Josafá (2 Cr 17. 1 - 20. 37); Joás (2 Cr 24. 1-16); Uzias (2 Cr 26. 3-23); Ezequias (2 Cr 29. 1 - 32. 33); Josias (2 Cr 34. 1 - 35. 27).  Os reis ímpios como Acaz (2 Cr 28. 1-52(7) e Manassés (2 Cr 33. 1-20), de reinado mais longo - 52 anos - incluiu na adoração a Baal, inclusive, o sacrifício de crianças, tendo por fim arrependido-se (2 Cr 33. 12-13), durante o exílio na Assíria;

9. O fim da era dos reis - após a queda da Assíria, Judá passou a ser observado pelo Egito e pela Babilônia, tendo permitido DEUS a destruição de Jerusalém pela Babilônia (2 Cr 36. 15-19), onde muitos foram massacrados, e o restante foi levado para o exílio (2 Cr 36. 20), até ser substituída a geração de perversos (2 Cr 36. 21);

10. O templo de DEUS - o autor encoraja os exilados a priorizar o templo como símbolo da supremacia divina, tendo Salomão intentado que refletisse a majestade de DEUS, embora baseado no tabernáculo.  Como manifestação de aprovação, o povo de DEUS é agraciado pela sua presença no templo, em forma de fogo (2 Cr 7. 1), símbolo de sua presença no êxodo;

11. Disponibilidade dos recursos de DEUS - assim como Salomão, que escolheu sabedoria (2 Cr 1. 7-10), os bons líderes nada buscam para si mesmos, mas apenas são transformados pelo Eterno, no escopo de servir à comunidade, pois a obra é dEle, e somos apenas usados conforme determina, e distribui os dons (1 Cor 12. 28-30);

12. Princípios do reavivamento - a mensagem do Evangelho é simples e eterna.  DEUS busca o nosso arrependimento, e para o reavivamento espiritual o caminho é ensinado por Salomão (2 Cr 7. 14; Prov 28. 13; MAT 3. 2).


BIBLIOGRAFIA


Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2013.


Bíblia King James Atualizada (KJA). 2 ed. São Paulo: SBIA, Abba press, bvbooks, 2012.


VINE, W. E. Dicionário VINE. 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016.

Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (ARA). 2. ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. 1. ed. 19. reimp. São Paulo: Vida, 2005.


Bíblia Sagrada Boas Novas (NVI). 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2014.

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