1. Nome - "divre hayyamim" em hebraico, que significa "Os acontecimentos dos anos" ou "anais dos tempos", de Adão no Éden até o Decreto do Imperador Ciro que autorizou os exilados judeus a retornarem da Babilônia à sua terra (538 a. C.), motivo pelo qual Jerônimo (347-420 a.C.), o tradutor da Vulgata latina, demonstrou que um título mais adequado seria "Crônica de Toda História Sagrada", ideia adotada por Lutero em sua tradução da Bíblia para o idioma alemão;
2. Autor - originalmente formava um único sêfer, rolo, livro até 180 a.C, e ainda que não expresso no livro, Esdras tem sido tradicionalmente apontado como seu "compilador autor principal" (KJA), pois, sem sombra de dúvida, utilizou fontes escritas, de importância histórica, para compor a sua obra, algumas referidas em 1 Crônicas: Crônicas de Gade, o vidente (1 Cr 29. 29), Crônicas de Samuel, o vidente (1 Cr 29. 29) e Crônicas do Profeta Natã (1 Cr 29. 29);
3. Data - por volta da segunda metade do século V a.C., entre os anos 450 e 425, durante a vida de Esdras;
4. Contexto - com a destruição de Jerusalém em 586 a.C., a comunidade dos repatriados não integrava um Estado independente, mas era vassala do Império Persa, que diferentemente dos assírios e babilônicos, praticou uma política de tolerância religiosa com os judeus. Os repatriados foram chamados a reconsiderar a sua História, e a sua perspectiva futura, e o autor de Crônicas oferece à comunidade pós exílica essa reflexão sobre o passado de Israel, fidelidade ao SENHOR, à sua Lei, e ao culto no santuário de Jerusalém;
5. Propósito - os autores de Samuel e Reis organizaram e interpretaram os dados da História de Israel para tratar das necessidades da comunidade exilada, já Esdras escreveu para a comunidade restaurada para enfatizar a importância da pureza religiosa e estabelecer um alicerce espiritual sólido que reincorporasse o verdadeiro culto a Yahweh, DEUS. O livro rememora para os seus leitores o princípio da dependência do povo de Israel à fidelidade ao SENHOR, de modo a recompor o espírito da comunidade judaica pós exílica, que resultaram na reconstrução do Templo, bem como das muralhas de Jerusalém;
6. Conteúdo - após detalhadas genealogias (caps. 1-9), importantes para as pessoas que retornaram do exílio conhecerem a sua História e identidade, e possibilitarem a reivindicação de sua herança, o autor passa rapidamente para a História de Saul, e após centra a sua narrativa no reinado de Davi, apresentado sob uma melhor perspectiva que em 2 SAMUEL, no escopo de trazer esperança a Israel, cujo povo necessitava de nova aliança, baseada na obediência à Lei de DEUS (1 CRÔNICAS 15);
7. Comunhão - o livro ressalta a importância da comunhão do povo de DEUS, pois Davi reuniu grandes guerreiros (1 Cr 11.10 - 12.40), mas colocou cada dom específico a serviço da obra (1 Cr 11. 14, 20, 21, 22-25; 12. 1, 2, 8, 14), fato que gerou lealdade e comprometimento com o sucesso de seu reinado (1 Cr 11. 10, 12. 18). Os bons líderes liberam os dons de todas as pessoas de DEUS, assim como escreveu Paulo (1 CORÍNTIOS 12);
8. Planejamento do futuro - Davi pensava no futuro e tudo preparou para a construção do novo Templo por Salomão (1 CRÔNICAS 17).
BIBLIOGRAFIA
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2013.
Bíblia King James Atualizada (KJA). 2 ed. São Paulo: SBIA, Abba press, bvbooks, 2012.
VINE, W. E. Dicionário VINE. 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. 1. ed. 19. reimp. São Paulo: Vida, 2005.
Bíblia Sagrada Boas Novas (NVI). 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2014.