terça-feira, 14 de janeiro de 2020

2 REIS

1. Conjuntura - continua a história iniciada no primeiro, termina a narração da vida do profeta Elias, introduz alguns episódios da vida de seu discípulo e sucessor Eliseu.  Continua a apresentar a história dos dois reinos, até a queda de Samaria, capital do Reino do Norte, em 721 a.C., e conta a última etapa da história do Reino do Sul, com a destruição de Jerusalém, em 586 a.C.;

2. Autor - há poucas evidências históricas e exegéticas para a definição da autoria dos livros de 1 e 2 Reis.  A tradição judaica, entretanto, atribui a sua autoria ao profeta Jeremias, porque no último capítulo de 2 Reis há fortes indícios de haver sido escrito por alguém que viveu na Babilônia, lugar onde Jeremias passou seus últimos dias;


3. Data - período subsequente à libertação de Joaquim da prisão, por volta de 562 a.C. (2 REIS 25. 27-30) e antes do fim do exílio babilônico em 538 a.C.;



4. Eliseu pega o manto de Elias (2 REIS 2. 1-18) - uma série de milagres, em sua maioria pessoais, em vez de nacionais, confirmam a sua autoridade espiritual, concedida por DEUS (2 REIS 2. 19-22, 23-25; 3. 14-20; 4. 1-7, 8-37, 38-41, 42-44 (a ressureição do filho da Sunamita); 5. 27 (a cura de Naamã, o general que sofrera de um tipo de câncer de pele); 6. 1-7, 8-23; 6. 24- 7. 20; 8. 1-6, 7-15;



5. O ateísmo de Israel - sincretismo religioso, pois "andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles" (2 REIS 17. 22; 10. 28-31; 13. 1-3, 10, 11; 14. 23, 24; 15. 8, 9, 17, 18, 23, 24, 27, 28).  Também misturaram a adoração a DEUS com a adoração a Baal (2 REIS 17. 7-17); instabilidade política à medida que uma dinastia era substituída por outra, com frequência, através do derramamento de sangue (2 REIS 10. 1-17).  Todos os reis do Norte, com exceção de Onri e Jeroboão II foram fracos, inclusive esses dois foram tratados em poucos versículos, em decorrência de seu ateísmo.  Vários reis tentaram fortalecer a nação com alianças políticas com outras nações;



6. Ministério profético - os profetas como Jonas (785-775 a.C.), Amós (760-750 a.C.) e Oseias (750-715 a.C.), desafiaram tanto o rei quanto a nação, através da lembrança do caráter de DEUS e da aliança com Ele, da denúncia do pecado e da advertência da necessidade do arrependimento, sob pena do advento do julgamento, que ocorreu por intermédio da Assíria, que depois de dominar Israel à distância durante vários anos, cercou Samaria em 722 a.C. (2 REIS 17. 1-4).  Israel foi conquistado, e muitos cidadãos foram deportados através do Império Assírio (2 REIS 17. 3-6; 18. 9-12), espalhados entre outras raças e religiões, até que sumiram sem deixar rastro;




7. Reino de Judá - No sul, os descendentes de Davi continuaram a governar, desafiados e encorajados por Obadias (855-840 a.C. ou 605-586 a.C.), Isaías (740-681 a.C.), Miqueias (750-686 a.C.) e Jeremias (628-585 a.C.).  Entre os bons reis destacaram-se Ezequias (715-687 a.C.), que reformou a adoração e confiou em DEUS quando a Assíria atacou Jerusalém (2 REIS 18. 1 - 20. 21), e Josias (640-609 a.C.), que restaurou o Templo, redescobriu partes da lei de DEUS e renovou a aliança (2 REIS 22. 1 - 23. 30).  Mas também houve reis infiéis a DEUS, dentre os quais destacou-se Manassés (687-642 a.C.), que voltou à adoração a Baal, ao erguer altares pagãos no Templo e sacrificar seu filho (2 REIS 21. 1-18);

8. Advertência de Jeremias - usado por DEUS, Jeremias advertiu que se Judá, como Israel, não se arrependesse, seria julgado e até mesmo o Templo seria destruído.  Ninguém acreditou, mas quando a Babilônia conquistou a Assíria (605 a.C.), invadiu Judá e indicou Zedequias como rei (2 REIS 24. 1-17), que ao tentar se rebelar, a Babilônia marchou contra Jerusalém, capturada em 586 a.C.  A cidade e o templo foram destruídos, e a população foi exilada na Babilônia (2 REIS 25. 1-21; 2 CRÔNICAS 36. 15-21; JEREMIAS 52. 1-30);



9. DEUS de julgamento - embora DEUS ame seu povo, se continuar a trilhar caminhos pecaminosos, o SENHOR, por ser DEUS santo, não possui outra alternativa diferente do julgamento, conforme se observa na destruição de Israel pela Assíria e, depois, no exílio de Judá na Babilônia.  No fim desse período, ao profetizar sobre a ira de DEUS, Jeremias descreveu sua justa raiva contra o pecado, armazenada em um cálice, pronto a ser derramado em julgamento (JEREMIAS 25. 15-29) não só sobre os inimigos do SENHOR, mas também sobre o povo de DEUS, a não ser que houvesse mudança.  Foi justamente esse cálice que JESUS tomou por nós na cruz (MATEUS 26. 39);

10. O fim de Israel - muitos israelitas foram dispersos através do Império Assírio, enquanto outros povos conquistados foram transportados para Israel, o que provocou a mistura dessas nações, e a destruição de qualquer foco de poder que pudesse se rebelar.  Embora alguns possam ter fugido para Judá, a maioria se dispersou, outros foram deixados para trás, e se misturaram com outros povos por meio do casamento.  Esses, no fim, vieram a ser os samaritanos, desprezados pelos judeus da época do Novo Testamento, por causa de sua impureza racial e religiosa;

11. DEUS usa todo tipo de pessoas - Elias ("Meu DEUS é o SENHOR") era de Gileade, província atrasada.  Preferia trabalhar sozinho e parecia um tanto deprimido (1 REIS 19. 1-5).  Eliseu ("Meu DEUS salva"), em contrapartida, era um personagem sereno, proveniente de uma família rica, que abriu mão de para responder ao chamado do SENHOR.  DEUS ainda usa personagens e personalidades distintas, motivo pelo qual não precisamos imitar outrem para sermos usados por Ele;

12. A porção de DEUS - Antes de Elias ser arrebatado, Eliseu pediu uma "porção dobrada" (2 REIS 2. 9).  Ele não pediu para ser duplamente poderoso ou ungido, mas, para ser seu sucessor, pois quando o pai morria, o primogênito recebia uma porção dobrada da herança, porque passava a ser responsável pela família mais ampla.  DEUS está à procura daqueles que não estão ansiosos por conseguir unção especial para si mesmos, mas para os outros.  Sua porção é para o serviço;

13. A perspectiva de DEUS - DEUS anseia que olhemos com olhos espirituais, pois quando o servo de Eliseu viu os sírios enviados para capturar seu mestre, Eliseu pediu a DEUS para abrir os olhos do moço, que viu os cavalos e carros de fogo que enchiam o monte, em redor de Eliseu (1 REIS 6. 17).  Eliseu entendeu a proteção de DEUS através de seus anjos (SALMO 91. 9-13);

14 - O amor de DEUS - a história da cura de Naamã (2 REIS 5), comandante sírio que sofria de lepra, demonstra o alcance do amor de DEUS, além dos que já são seu povo.  Damasco era uma cidade orgulhosa, e Eliseu desafiou o orgulho de Naamã ao dizer para banhar-se no Rio Jordão, rio muito inferior aos rios de Damasco.  De início, relutou, mas a sabedoria de uma menina israelita prevaleceu, e ele obedeceu, e, em consequência, foi curado e passou a crer no SENHOR (2 REIS 5. 14-15).  DEUS quer alcançar além do nosso próprio grupo - povo, tribo, cidade ou nação - e lembra-nos que sua salvação é para todos (JOÃO 3. 16).

BIBLIOGRAFIA







Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2013.




Bíblia King James Atualizada (KJA). 2 ed. São Paulo: SBIA, Abba press, bvbooks, 2012.




VINE, W. E. Dicionário VINE. 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016.

Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (ARA). 2. ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. 1. ed. 19. reimp. São Paulo: Vida, 2005.

Bíblia Sagrada Boas Novas (NVI). 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2014.