1. Conjuntura - examina os eventos que levaram Israel do glorioso reinado de Salomão (970-930 a.C.) à divisão, ao declínio e ao desastre (2 REIS), devido à desobediência à palavra de DEUS;
2. Autor - há poucas evidências históricas e exegéticas para a definição da autoria dos livros de 1 e 2 Reis. A tradição judaica, entretanto, atribui a sua autoria ao profeta Jeremias, porque no último capítulo de 2 Reis há fortes indícios de haver sido escrito por alguém que viveu na Babilônia, lugar onde Jeremias passou seus últimos dias. O autor se serviu de diversas fontes como, por exemplo, os arquivos do Templo, bem assim das narrativas relativas aos profetas. Explicitamente, o livro menciona documentos considerados perdidos hoje para a investigação histórica: Livro da História de Salomão (1 REIS 11. 41), Livro da História dos Reis de Israel (1 REIS 14. 19), Livro da História dos Reis de Judá (1 REIS 14. 29);
3. Data - período subsequente à libertação de Joaquim da prisão, por volta de 562 a.C. (2 REIS 25. 27-30) e antes do fim do exílio babilônico em 538 a.C.;
4. Reinado de Salomão - posteriormente à instável transição após o reinado de Davi (1 REIS 1.1 - 2. 46), escolheu Salomão sabedoria (1 REIS 3. 5-15), simples e prática (1 REIS 3. 16-28) bem como de grandes proporções e amplas consequências (1 REIS 4. 29-34), conforme registrado no livro de Provérbios. Construiu o Templo planejado por Davi (1 REIS 5.1 - 7. 51), que na oportunidade em que foi consagrado pelo Rei, ficou repleto da presença de DEUS (1 REIS 8. 1-66), que reafirmou sua aliança, mas lembrou Salomão da necessidade de obediência à sua palavra (1 REIS 9. 1-19). Salomão tornou-se extremamente rico (1 REIS 10. 14-29), conforme testemunhou a rainha de Sabá (1 REIS 10. 1-13), em consequência do comércio e da cobrança de impostos. Possuía setecentas esposas e trezentas concubinas, reveladoras de sua incapacidade de controlar o seu apetite sexual, que o conduziu à ruína, pois suas esposas estrangeiras trouxeram seus deuses estrangeiros, que conquistaram o coração de Salomão (1 REIS 1. 11-13);
5. A divisão do Reino - em razão dos impostos exorbitantes e do trabalho compulsório, Roboão, filho e sucessor de Salomão, rejeitou a sabedoria dos anciãos, e impôs fardos ainda mais pesados às tribos do Norte (1 REIS 12. 1-15), que o rejeitaram, e coroaram Jeroboão, um dos oficiais de Salomão, como Rei de um reino separado (1 REIS 12. 16-24), o que resultou na divisão do Reino em dois: Judá, no sul, e Israel, no Norte, que jamais retornarm a se juntar. Jeroboão estabeleceu santuários no Reino do Norte, para evitar que o povo se dirigisse a Jerusalém para adorar, pecado censurado pelos profetas (1 REIS 13. 1 - 14. 20). Os reis de Israel foram perversos, e a maioria dos reis de Judá praticou a obediência.
6. Elias (1 REIS 17. 1 - 21. 29; 2 REIS 2) - profeta do SENHOR, desafiou Israel por adotar a adoração a Baal ou, o sincretismo na adoração simultânea a Baal e a DEUS. Seu ministério era associado a milagres que demonstraram a provisão (1 REIS 17. 1-6), compaixão (1 REIS 17. 7-24; 21. 1-29), e supremacia de DEUS (1 REIS 18. 16-46);
7. Mensagem - "a obediência leva à bênção". O livro de Reis não narra uma história política e social, mas sobretudo espiritual: sempre que um rei obedecia à aliança, Israel era abençoado. O princípio da obediência, de raiz deutoronômia, dado por Moisés (DEUTERONÔMIO 28), constitui-se na luz orientadora da análise do autor;
8. Pofetas - além de Elias, merecem registro Aías (1 REIS 11. 29-39; 14. 1-18), Semaías (1 REIS 12. 22-24), Micaías (1 REIS 22. 1-28), que desafiaram os Reis quando desobedeciam à aliança e os encorajaram quando a obedeciam.
9. O declínio - devido a Salomão haver iniciado a destruição da nação, através da importação de deuses, e de suas exigências exorbitantes para a construção de seu palácio e do Templo, aliado à ausência de sabedoria de seu filho Roboão, conduziu Israel à confusão da qual nunca se recuperou, porquanto o povo de DEUS dividido nunca voltou a unir-se, e, com frequência, entraram os reinos de Israel e Judá em conflito, o que provocou a instabilidade em Israel, chefiada por vinte diferentes governantes de nove dinastias distintas, que conduziu a Nação a ser destruída pelos assírios, em contraste com Judá, que também teve vinte governantes, entretanto, provenientes da dinastia davídica, a demonstrar a sua maior estabilidade, que contava com seu Templo, fato que contribuiu com a adoração a DEUS, através da fidelidade de seu povo, enquanto o povo de Israel era constantemente seduzido a adorar Baal, cujo culto continha rituais sensuais de fertilidade.
BIBLIOGRAFIA
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GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. 1. ed. 19. reimp. São Paulo: Vida, 2005.
Bíblia Sagrada Boas Novas (NVI). 1. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2014.